João Amoedo do Partido Novo é o único presidenciável a se posicionar a favor do Uber

O projeto de lei que regulamenta o Uber e aplicativos de transporte e que inviabiliza sua atividade (projeto surgiu de representante do sindicato de taxistas que quer manter refém população do monopólio dos táxis) foi aprovado hoje no Senado e ainda deverá passar novamente pela Câmara dos Deputados para sua aprovação.

Em um país carente de empregos projeto pode desempregar mais de 500 mil pessoas tirando opção de transporte de milhões de brasileiros.

Uma atividade econômica que funciona bem sem regulação do estado não precisa de controle governamental para garantir a qualidade do serviço que de forma transparente já ajuda a filtrar bons ou maus motoristas.

O caminho adequado é desburocratizar táxis e outros serviços regulados pelo estado, aumentar a liberdade de empreender e proporcionar mais opções para o consumidor.

Nesse sentido e considerando eleições de 2018 o único presidenciável a se pronunciar oficialmente sobre esse assunto tão importante marcando posição a favor da liberdade e do consumidor foi João Amoedo do Partido Novo:

“O direito e a opção do cidadão fica de lado, nossa liberdade nunca é considerada, o que eles deveriam estar fazendo é o contrário, deveriam estar reduzindo as burocracias, diminuindo nível de exigência junto do taxista para que tivéssemos mais concorrência, consequentemente serviços melhores a preços mais competitivos. O cidadão sempre pagando a conta, a gente precisa mudar isso.”

 

[Resenha] A Revolta de Atlas

Aproveitando que hoje, 10 de outubro de 2017, é o aniversário de 60 anos do livro “A Revolta de Atlas” (Atlas Shrugged no original) resolvi desengavetar uma resenha que estava até então incompleta.

revolta de atlas
Box do livro “Revolta de atlas”

O livro é um calhamaço de mais de 1200 páginas e portanto não considero uma leitura fácil. Felizmente ele volta e meia está em promoção no Submarino[1] (olhei agora e está praticamente R$50,00, se depois dessa resenha ficar em dúvida vale a pena esperar baixar um pouco – já vi o livro por cerca de R$25,00). Será que alguém está subsidiando o preço? Seriam os irmãos Koch? (Não vou postar links aqui pois não quero que vocês peguem câncer mas tem quem acredite que eles “patrocinam” a “direita” no Brasil.)

Pano de fundo do livro

É importanto dizer que Ayn Rand a escritora nasceu na Rússia e filha de pequenos comerciantes emigrou para os EUA ainda jovem. No entanto percebe-se facilmente nesse livro uma percepção bastante crítica da “revolução russa” por parte da autora. Além disso o livro é muito conhecido nos EUA. No próprio prefácio da obra diz que é obra de cabeceira de muitos empresários e empreendedores e seria a segunda obra mais influente daquele país ficando somente atrás da Bíblia.

Realmente a influência de Ayn Rand encontra-se espalhada pela cultura pop. Como alguns exemplos podemos encontrar referências a autora até no jogo BioShock[2]. Também foi noticiado que Ayn Rand é a leitura de cabeceira de Travis Kalanick[3], CEO do Uber. A escritora e filósofa também é citada explicitamente no álbum 2112[4] da banca de rock canadense Rush.

A história

O livro se passa em um futuro próximo onde quase todo o mundo é governado por tiranos populistas (qualquer semelhança com a Venezuela não é mera coinciência) mas trama em si se passa quase que totalmente nos EUA, a única nação onde ainda existe algum resquício de democracia e capitalismo no mundo do livro. A partir daí a premissa básica do livro começa a ser desenvolvida: E se as maiores mentes e líderes (empreendedores, cientistas, artistas e demais profissionais de destaque) do mundo começassem a desaparecer um por um? No livro isso leva a uma situação cada vez mais caótica, já que as pessoas que restam são somente burocratas que mal sabem botar a “mão na massa”.

Aspectos negativos

Conforme eu disse antes o livro é um calhamaço. Infelizmente em alguns momentos a história parece que não avança muito ou o faz lentamente, então me parece que seria possível resumir o livro sem perder muito para 1/3 do volume do mesmo.
Outra coisa que me incomodou foram os vilões, ou antagonistas: todo mundo parece incrivelmente burro e incapaz de ver onde vão dar as consequências dos seus atos. Fico na dúvida se essa retratação dos burocratas e inimigos foi proposital ou involuntária.
Por último entre os lados negativos eu citaria que o livro tem uma ou outra cena mais picante (nada que não apareça na novela da Globo hoje em dia), mas eu não entendi muito bem o que a autora queria com essas cenas, já que para mim elas não acrescentam muito na trama.

Aspectos positivos

É uma obra profundamente inspiradora, especialmente para quem se interessa por empreendedorismo e inovação. O livro tem quatro pontos altos, que são quatro discursos dados por quatro personagens diferentes. Nesses discursos é possível vislumbrar e admirar o sistema filosófico da autora que é muito interessante e consistente.

A premissa é absurdamente incrível e até me espanto que não tenha sido copiada em outras obras: o que acontece quando as pessoas que movem o mundo entram em greve?

Veredito

Até mesmo por se tratar de um livro longo e denso levei praticamente um ano lendo “A Revolta de Atlas”. Ao menos pra mim a leitura dessa obra foi uma experiência transformadora. Não li outras obras da autora mas esse livro me fez repensar muitas coisas da minha vida.

Da mesma maneira muitas pessoas que eu conheço se sentem de maneira semelhante à essa obra. É verdade que também a obra tem muitos detratores (se viram refletidos nos antagonistas talvez?) mas poucos ficam indiferentes a mesma.

Nenhuma outra obra que eu conheço retrata tão bem o aspecto heróico e mítico do empreendedor. Penso que essa obra pode e deve ser lida especialmente por quem empreende até mesmo para entender melhor o seu papel no mundo e redobrar a força para enfrentar seus desafios diários.

Recomendo a leitura, especialmente aos empreendedores, no sentido mais amplo da palavra. A todos os Atlas que carregam o mundo nas costas e muitas vezes nem se questionam sobre isso. É hora de se rebelar também?

Links da postagem:

[1] http://www.submarino.com.br/produto/7297920/livro-box-a-revolta-de-atlas-3-volumes-

[2] https://en.wikipedia.org/wiki/BioShock

[3] http://www.businessinsider.com/how-uber-ceo-travis-kalanick-was-inspired-by-ayn-rand-2015-4

[4] http://www.rush.com/2112-spotlight-on-ayn-rand/

Afinal de contas, pode um pobre ser de direita?

“Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”

A frase acima é do cantor e compositor Tim Maia, falecido em 1998, que nos deixou hits como “Azul da cor do mar”, “Me dê motivo”, “Sossego”, entre outros.

Não entrando no mérito da questão binária esquerda x direita, em que se não é esquerda é direita e vice-versa, há um conceito bastante comum,
apontado principalmente pelo lado esquerdista da força, de que “pobre não pode ser de direita”.

Será mesmo?

Afinal de contas, por que um pobre seria de direita? Há quem diga que pobre não pode ser pois ele consome serviços públicos, principalmente
nas esferas da saúde e educação, matriculando seus filhos no sistema público de ensino – seja ele municipal ou estadual – e, posteriormente,
postulando a uma vaga em universidades públicas – federais ou estaduais – além de tentar buscar vagas em universidades particulares por intermédio de bolsas de estudo, sejam elas totais ou parciais. Já no sistema de saúde, a pessoa mais pobre acaba por usar o sistema público de saúde,
o nosso conhecido SUS.

Pois bem, além da figura do “pobre de direita”, há a figura do “esquerda caviar”, do “socialista de iphone”, pois afinal “se a classe operária tudo produz, a ela tudo pertence” (ok, afinal de contas, você minerou a bauxita, tratou até que virasse chapa, fez o vidro, montou os chips, além de, é claro, desenvolver toda a parte de software do seu smartphone; pois bem, vamos fingir que você cumpriu com todas as etapas e, após uns 50 anos, conseguiu montar seu iphone 7).

Ainda que o pobre acabe consumindo mais serviços públicos que uma pessoa de classe média ou rica, há uma questão que é simplesmente ignorada: o pobre consome estes serviços de qualidade, digamos, discutível, pois ele é O-BRI-GA-DO a consumi-los, pois não tem a opção de pagar por uma escola particular ao seu filho, ou de pagar por um plano que lhe ofereça serviços de saúde, caso se faça necessário.

E, por incrível que pareça, o pobre sabe muito bem que estes tipos de serviços não vão lhe proporcionar uma vida que ele gostaria de ter, uma vida que eles gostariam de deixar para seus filhos. Por isto que, diferentemente do que se diz por aí, o pobre é que realmente quer consumir serviços de educação de qualidade, saúde de qualidade, mesmo que ele tivesse que pagar diretamente para isso, diferentemente do que ocorre hoje, onde o Estado, na ânsia de querer garantir tudo, “pois está na Constituição”, acaba saqueando o mais pobre para dar ao mais rico, numa espécie de Robin Hood às avessas.

Afinal de contas, o pobre quer é dar uma vida digna à sua família, ele quer sim prosperar, e já percebe que o Estado se metendo em tudo é uma péssima ideia. Por isso, são nas camadas mais pobres da nossa população que há mais informalidade no mercado de trabalho, pois se sabe que os custos para contratar e demitir um trabalhador são altíssimos, o que muitas vezes inviabiliza a formalização da pessoa no mercado. Não é à toa que no Brasil praticamente metade do mercado de trabalho privado é informal. Chega ao cúmulo que simplesmente não vale a pena assinar a carteira de trabalho do sujeito, por causa dos extorsivos encargos trabalhistas, que são mostrados como “direitos”.

Diferente do “socialista de iphone”, este sim um belo exemplo de como uma pessoa consegue ser hipócrita, pois admira regimes como Coreia do Norte e Cuba, mas que prefere tirar férias a umas 100 milhas da ilha-prisão da família Castro, justamente em Miami, bem no território do seu inimigo (Vá entender! Uma pessoa dessas deve se tratar, mas tudo bem!).

Já o “pobre de direita”, este sim quer é trabalhar, nem que para isso tenha que passar uma vida inteira sob apertos, pois acredita na força do mérito,
na vontade de acordar cedo todos os dias, para que possa prosperar na vida, para que possa comprar uma casa maior, para que possa ver seus filhos bonitos e saudáveis. Afinal de contas, como o pobre de direita só pode contar com serviços estatais, ele sabe que deve buscar o que é melhor para si.

Se o sujeito não tem uma noção básica de economia, ou se é um manifesto canalha, irá dizer que o capitalismo escraviza, pois “gera desigualdades”, “oprime os trabalhadores”, e outros mitos que se vê por aí. A questão é: em termos proporcionais, o pobre paga muito mais imposto do que o rico, pois a tributação, no Brasil, é de caráter regressivo, ou seja, quanto menor a renda, mais imposto em termos proporcionais o sujeito estará pagando. E como isto é possível? Simples: no Brasil a tributação é majoritariamente feita no consumo, são os chamados impostos indiretos. Impostos como IPI, ICMS, dentre outros, estão embutidos no preço do produto final, que vai das empresas às residências das pessoas. Se uma pessoa pobre e uma pessoa rica compram a mesma quantidade de produtos, como o pobre
vai gastar proporcionalmente mais que o rico, ele acaba pagando mais, pois não vai lhe sobrar nada, enquanto que o rico pode consumir outras coisas, ou investir em outras opções.

E como o pobre basicamente gasta sua renda em produtos de primeira necessidade, não lhe sobrando muita coisa para adquirir outros tipos de bens, ou até mesmo de formar um patrimônio, acaba dispendendo grande parte da sua renda para pagar imposto, ou seja, o pobre é quem financia serviços que basicamente ricos usufruem. Muita gente nem sabe que paga imposto, e simplesmente acaba reclamando do preço cobrado nas prateleiras do supermercado. Pois é. Mal sabem eles que produtos como
alimentos e remédios possuem uma carga tributária absurda. O caso dos remédios é ainda mais grave, pois o sujeito paga para ficar doente.

Ainda que o texto possa ter ficado um tanto extenso, é possível dizer que a pessoa ser “pobre de direita” faz todo o sentido, pois ela sofre na pele, diariamente, os males que um Estado grande faz. Ou seja, como o pobre tem aquele espírito batalhador, empreendedor, ele pode sim ser “de direita”, pois se ficar dependendo do Estado para tudo, vai acabar se perpetuando na pobreza.