O Brasil está repleto de problemas, tanto na esfera política, econômica, social, jurídica, empregatícia, financeira, moral. A área não importa. Mas há um ponto que merece bastante destaque [negativo] no Brasil: os sindicatos.
Quem entende um pouco de como a economia funciona, sabe que aquelas teorias de “luta de classes”, “opressor x oprimido”, “exploração da mais-valis” e drogas afins não fazem o menor sentido. Qualquer manual de microeconomia já é o suficiente para entender o processo.
Ainda que sim, infelizmente haja muita exploração do trabalhador brasileiro e isso deve ser combatido, para que tanto o trabalhador possa ser mais produtivo, quanto para que a sociedade possa ser grata pelos frutos gerados por aquela pessoa. Mas um pingo deve ser colocado no “i”: nem todos os trabalhadores são hipossuficientes [ainda que saibamos que haja casos sim!, mas isso é outra conversa].
Pois bem, para que se possa haver uma melhor negociação entre patrão e empregado, há casos em que a negociação pode, e deve, ser feita diretamente. E há outros [que são a maioria] que a negociação é feita por um intermediário: o sindicato.
Ao menos em tese, é claro. Nossa fabulosa Constituição Federal institui que haja a “unicidade sindical”, ou seja, para cada área (município, estado) haja apenas um sindicato de uma determinada categoria. E qual o problema disso? Não há concorrência. Ou seja, facilita para que grupos formadores de lobby assumam as referidas pastas, na maior cara de pau.
Ainda que haja sindicatos sérios, sabe-se que a maioria é simplesmente instrumento dos partidos de esquerda do Brasil [que são quase todos]. São os famosos “pelegos”. Sindicato no Brasil é basicamente “pelegagem”.
E além dos sindicatos em si, ainda há a chamada “contribuição sindical”, ou seja, o trabalhador “contribui” de forma obrigatória com um dia de trabalho ao ano, para o sindicato da categoria. Felizmente, este imposto está em vias de ser extinto. E por que isso? Um dos motivos é que a taxa de sindicalização no Brasil é baixa. Só com os afiliados, muitos sindicatos fechariam as portas. Pode ser que assim, eles sejam mais eficientes, nem que seja na marra, pois vão perder “clientes”.
Talvez sindicatos como o “Sindicato da Indústria de Camisas para Homem e Roupas Brancas de São Paulo” (que deve ser o sindicato da família Abbud João) e o “Sindicato dos Empregados em Escritórios de Empresas de Transportes Rodoviários do Setor Administrativos de Cargas Secas e Molhadas, Turismo e Fretamento, Urbano e Suburbano de Passageiros, Veículos Zero km do Grande ABCD e Regiões – SP” devam se mexer, pois sua utilidade na luta pelos direitos de seus trabalhadores acabe por ser prejudicada.
Além do número de sindicatos, há as centrais sindicais. Outro braço de grupelhos que ficam a vida toda na mamata, sob o pretexto de estarem “lutando”. Temos como por exemplo a CUT, a CTB e a Força Sindical. É muito fácil “lutar” contra o capitalismo, ganhando a bagatela de alguns milhares de reais, sem precisar efetivamente trabalhar.
Mas deixando os sindicatos elevados à primeira potência de lado, precisamos elevar ao quadrado, uma vez que você, leitor, chegou até aqui e talvez tenha ficado curioso o que seriam “sindicatos”^2?
Pois é, sim, no Brasil eles existem: SÃO OS SINDICATOS DE TRABALHADORES DE ENTIDADES SINDICAIS! Duvida? O endereço desta entidade, no RJ, pode ser acessado em: http://sintesirj.org.br/portal/v1/. Seu slogan, o melhor possível: “Sindicatário defenda seus direitos!”. Ainda duvida? O endereço continua aqui: http://sintesirj.org.br/portal/v1/.
No RS, temos o “Sindicato dos Empregados em Entidades Sindicais e Órgãos de Classe do RS”. É o SINDISINDI! SIM, você não leu errado, SINDISINDI. Também duvida? Então toma: http://www.sindisindirs.org.br/.
Mesmo sendo liberal na economia, é possível a existência de sindicatos, pois há muitas coisas que podem ser negociadas de forma coletiva. Por exemplo, em uma empresa grande, uma indústria, não há como cada um dos 3000 empregados de uma planta negociar condições. Microeconomicamente, neste caso uma negociação de verdade produz ganhos de escala, tanto ao empregado quanto ao empregador. Este pode ser um jogo ganha-ganha.
Infelizmente, no Brasil, a grande maioria dos sindicatos é mero instrumento de partidos de esquerda, uma vez que se arrecada uma bela importância em dinheiro, para “lutar” pelos trabalhadores, sendo que a realidade é bem diferente.
Depois de visitar os sites destes exemplos aí, tire suas próprias conclusões sobre a real representação sindical no Brasil.
Excelente texto! Realmente é um absurdo a questão dos sindicatos no Brasil.
Deveria haver liberdade sindical para se associar a qualquer sindicato. Isso geraria concorrência entre os sindicatos e muitos morreriam.
Outra coisa que eu acho uma grande contradição no Brasil é que para muitas coisas o brasileiro é considerado hipossuficiente pela lei, mas apesar disso esse mesmo cidadão tem direito ao voto que elege as pessoas …. que fazem as leis. Não faz sentido! Ou as pessoas são capazes ou não.