Ou você morre como herói ou …

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Batman no filme “O cavaleiro das trevas”. Créditos da imagem: IMDB.

No filme Batman, o cavaleiro das trevas (Warner Bros), em certo momento do filme, o promotor Harvey Dent diz uma frase muito interessante: “Ou você morre como herói ou vive o tempo bastante para virar vilão”. Lembro-me dessa frase a cada momento que eu vejo pessoas dizendo que se decepcionaram com algum projeto político.

Não sou psicólogo, mas me parece que de alguma maneira essa frase representa uma negação da política muito comum. As pessoas que se interessam por política precisam criar uma desculpa para si mesmas para não participar pois não tem em suas mentes uma clareza de objetivos. Com isso observam projetos com as quais mais se alinham atentamente a procura de defeitos. Até que em determinado momento o projeto ou pessoa com a qual elas concordavam até então, tropeça, faz ou fala algo com que elas não concordam. Pronto. É a desculpa que faltava para alguns apontarem e dizerem: “Viu? Eu avisei que isso não tinha como dar certo”.

Pronto, está formada na mente da pessoa a desculpa perfeita para que ela não precise fazer nada. Perdeu-se mais uma pessoa bem intencionada. E o mundo segue. Se isso se repete muitas vezes (e eu mesmo já vi isso acontecer um bom número de vezes) quem são as pessoas que ficam? Ficam as pessoas mal intencionadas que querem o poder (e não ligam para erros) ou uns poucos que tentam remar contra a maré de maus projetos e maus políticos mesmo sabendo que nem sempre vai existir uma concordância em tudo. Com a desistência de alguns, os mal intencionados vencem por número.

Não quero com isso afirmar que uma vez adentrando de um projeto não existe porta de saída. Claro que existe e cabe a cada um decidir qual é o limite de coisas erradas, ou tropeços que pode suportar. Defendo porém que saibamos avaliar e diferenciar os pequenos deslizes dos erros de valores ou essência. Para dar um exemplo absurdo é como se algumas pessoas dissessem “a cor do meu partido é o azul e eu gosto de verde: vou sair, assim não dá”. Claro que é apenas um exemplo mas na minha percepção acontece sim das pessoas abandonarem projetos por detalhes bobos.

Esqueci quem foi o autor, mas certa vez ouvi uma frase muito interessante: “Ele quer mudar um país mas não consegue nem mudar um partido.” Então fica o meu convite à reflexão, que possamos ser mais tolerantes com as coisas pequenas e que possamos melhorar o Brasil, um partido por vez, em pequenos e lentos passos, pois é assim que as mudanças são feitas.